À memória de Jacinta Passos

Por Camila Oliver

A escritora e militante comunista Jacinta Passos nasceu em Cruz das Almas, em 1914. Teve importante participação nos ambientes culturais da Bahia dos anos 1930, com a divulgação de sua poesia de densa narrativa social.

Com o começo da Segunda Guerra Mundial, começou uma intensa militância política em movimentos pela paz, contra o Estado Novo e um forte combate às opressões sobre as mulheres.

Teve uma longeva presença na imprensa baiana (revista Seiva, jornal O Imparcial e também publicou crônicas e poesias no jornal O Momento, a partir de 1946). Depois que o Brasil entrou na guerra, Jacinta desenvolveu uma grande participação na luta antifascista. Entrou para o PCB em 1945, após ter se mudado para São Paulo em 1944.

Jacinta Passos teve intensa atividade política. Entre suas ações, destacam-se a luta pelo fim da guerra, pela redemocratização do Brasil, por anistia para os presos políticos e em defesa dos direitos das mulheres.

Quando do seu primeiro regresso para Salvador, disputou eleições para deputada pelo PCB, mas não conseguiu se eleger. Foi uma ativa colaboradora do nosso jornal, O Momento, e continuou participando ativamente da política. Depois de morar em Petrolina por um período, mudou-se para Aracaju, em 1962. Morando sozinha na Barra dos Coqueiros, comunidade de pescadores, vivia de forma muito precária. Contudo, continuava sua luta no PCB organizando trabalhadores, pescadores e estudantes, chegando a ser presa em 1965. Continuou no PCB até a sua morte, aos 57 anos, em 28 de fevereiro de 1973, num sanatório na cidade de Aracaju.

Sair da versão mobile