Transporte público em Feira de Santana

Ineficácia do setor público ou sucateamento como projeto político?

Por Alex Carvalho

Observar o descaso do poder público com o meio de transporte coletivo em Feira de Santana é uma das formas de analisar o projeto político vigente no nosso País. É comum que ocorram longos atrasos, superlotação e pouca circulação de veículos em certas áreas da cidade, embora a tarifa social venha sofrendo um aumento progressivo nos últimos anos. Esse mau funcionamento não é por incapacidade dos líderes políticos, mas uma maneira de enfraquecer o setor público em relação ao privado.

O avanço do Neoliberalismo, que tem como objetivo a expansão do Capital por um falso ideal de liberdade e empreendedorismo, vem predando qualquer tipo de serviço público ao alegar ser alternativa a um Estado ineficiente. É costumeiro haver entre os parlamentares de direita, como o empresário Carlos Medeiros (NOVO), aqueles que defendem o chamado Estado Mínimo justificando que o contrário levaria a um regime antidemocrático, dando abertura para a iniciativa privada.

Esse modo de operação explicita um projeto político: o sucateamento do setor de transporte que gera espaço para que empresas privadas lucrem com a insatisfação coletiva, possibilitando a contratação sem vínculo empregatício (como fazem os aplicativos de corrida, por exemplo) e preparando o terreno pra que, mais tarde, todo o seguimento do transporte seja privatizado.

Sendo esse assunto de interesse de toda a massa de trabalhadores, é necessário destacar a importância da mobilização geral da população para barrar esse projeto. Manifestações por melhoria de salário dos funcionários do setor de transportes, diminuição da tarifa e passe livre para estudantes e pessoas com prioridades já são conhecidas em diversas cidades do Brasil.

Propagar essas movimentações é crucial para engajar a comunidade na luta e fazer um enfrentamento direto contra os agentes da burguesia que querem dissolver a máquina pública, submetendo cada vez mais a classe trabalhadora ao jugo do Capital.

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