Ana Karen Oliveira
Poetisa, Médica de Família e Comunidade, Professora, Educadora Popular, Feminista Classista e Comunista: Ana Karen Oliveira assume a pré – candidatura a deputada federal pelo PCB Bahia.
Ana Karen nasceu em Uibaí, cidade do sertão baiano, em 18 de agosto de 1989, onde morou até os 17 anos. Estudou em uma Associação de Pais e Mestres, o Colégio Cassimira Maria Machado, que ajudou a construir e levantar os muros em mutirões. Aos 11 anos, começou a se envolver na arte engajada através de movimentos de poesia e teatro do oprimido, nos grupos Língua Solta e nos Movimentos “Uibaí tem Sede” e Praça Inquieta. O envolvimento com a arte e com a política atravessaram sua vida desde a infância, quando começou a escrever poesia e literatura aos 7 anos e a acompanhar os pais nas atividades associativas e políticas partidárias de esquerda que embalavam a cidade. Seus pais vieram de famílias de pequenos agricultores e de formas diferentes, foram decisivos na vida de Ana. Seu Zé Alves, primeiro filho de família de lavradores que conseguiu fazer o ensino universitário e Dona Risomar, uma mulher extremamente forte e valente, trabalhadora ambulante e contadora de histórias, que começou a lavar roupa desde a infância para sobreviver.
Ainda em Uibaí, envolveu-se nas lutas pela ampliação e manutenção das Casas de Estudantes Universitários de Uibaí (CEUs), que se intensificaram quando mudou para a capital e foi morar na CEU – Salvador, na Rua do Sodré. Morou em torno de dois anos na capital, onde além da luta por moradia estudantil, envolveu-se em lutas mais amplas, como o Plebiscito Popular pela Reestatização da Vale do Rio Doce.
Aos 19 anos, passou em medicina na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e refundou, junto com outras colegas, a CEU – Feira na cidade. Na UEFS, na primeira semana de aula, conheceu o Diretório Acadêmico de Medicina (DAMEFS) e as suas lutas junto aos movimentos sociais e em defesa do SUS e das universidades públicas. Na mesma semana, começou a participar das reuniões do diretório e logo passou a sua coordenação. Durante os seis anos de curso, manteve-se na organização do ME de medicina, tanto na UEFS, como a nível nacional, na Direção Nacional de Estudantes de Medicina (DENEM), onde esteve na Coordenação de Extensão Universitária (CExU) por duas gestões. Pela DENEM, esteve em estágio em Cuba, onde conheceu de forma mais aprofundada a Revolução Cubana e a organização do seu sistema de saúde.
Nos primeiros meses de aula, também entrou em um grupo do Movimento Estudantil, o Ousar. Militou no coletivo em torno de 4 anos, período que foi Coordenadora Geral do DCE UEFS e esteve envolvida em diversas lutas que estavam ligadas ao projeto de Universidade Popular, como o coletivo Pró – Bandejão, a luta pelo Passe Livre, a reorganização do Fórum de Estudantes das UEBAs e a criação e manutenção da Ocupação Lucas da Feira, junto ao MSTB. Em março de 2013, depois de estudar várias estratégias e forças políticas, resolveu entrar na União da Juventude Comunista ( UJC). Protagonizou sua organização no Estado junto com outros jovens e se tornou a primeira Secretária Política, tarefa que cumpriu até 2017. Nesse período, o coletivo cresceu e se consolidou nas maiores cidades baianas, com importante expressão no Movimento Estudantil. No VII Congresso da UJC, em 2015, foi eleita para sua Direção Nacional, onde assumiu a pasta responsável pela construção do Movimento por uma Universidade Popular (MUP), porém saiu da direção em 2016 para cumprir tarefa no movimento feminista classista.
Em agosto de 2013, esteve na rearticulação do PCB na Bahia, que teve importante peso da UJC. Desde esse período, começou a cumprir tarefas na Direção Provisória do partido e em novembro de 2013, nos marcos do XV Congresso Nacional (abril de 2014) passou a compor o Comitê Regional da Bahia, onde cumpriu tarefas na agitação e propraganda, nas finanças e sobretudo, na organização de mulheres e da juventude.
A luta feminista está presente em sua vida desde a juventude, porém ganhou mais expressão com a entrada no PCB. Em setembro de 2013, participou do I Ativo de Organização do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro em São Paulo. Nesse ativo, assumiu várias tarefas na confecção da I Declaração Política Nacional do coletivo e a responsabilidade de organização do coletivo na Bahia. Em 2015, escreveu a proposta do I Encontro Nacional do CFCAM e esteve, junto com a Secretária de Mulheres do PCB e militantes de São Paulo, na organização, formulação e sistematização do encontro e das suas teses. Nesse encontro, que aconteceu em novembro de 2015, foi eleita para a primeira Coordenação Nacional do CFCAM, assumindo a Secretaria de Organização. Esteve nesta secretaria até final de 2016, quando passou a assumir a Secretaria Política, tarefa que cumpre até o momento .
Tem representado o Coletivo em importantes tarefas internacionais. Em setembro de 2016, participou do XVI Congresso da Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM) em Bogotá, quando o coletivo passou a ser membro dessa importante organização e em abril deste ano, esteve mais uma vez representando o CFCAM na Venezuela, no XVII Congresso da FDIM, momento que coordenou os trabalhos do grupo de jovens e passou a ser responsável pela a Comissão de Resgate Histórico da FDIM América.
Sua formatura em medicina se deu em 2015 e logo em seguida entrou na residência de Medicina de Família e Comunidade (MFC). Um outro olhar sobre o cuidado em saúde, sobre a determinação social do processo saúde – doença e sobre o território foram determinantes na escolha da especialidade, voltada para o cuidado na Atenção Primária. Como o slogan da especialidade diz: “ Médicos de gente”, não de doenças.
Durante a residência trabalhou no Alto do Cabrito, bairro no Subúrbio Ferroviário de Salvador e no Parque Verde 2, bairro da periferia de Camaçari. Nesses locais, esteve envolvida com várias atividades nos territórios, organizando lutas junto com jovens e moradores locais, a exemplo da reorganização da Frente Baiana Contra a Privatização da Saúde e em Defesa do SUS. Nesse período, também protagonizou a fundação do Núcleo da Unidade Classista de Saúde de Salvador e Região Metropolitana e esteve na primeira coordenação estadual da Unidade Classista na Bahia, onde assumiu por um tempo a secretaria política. Para além disso, realizou de forma concomitante a residência o curso de Monitores em Educação Popular pelo 13 de maio, ampliando o escopo dos trabalhos de extensão popular e organização comunitária.
Ainda na área profissional foi preceptora da Residência de Medicina de Família e Comunidade em Camaçari e fez especialização em Saúde Internacional e Soberania Sanitária. Hoje é professora da Universidade Estadual de Feira de Santana, supervisora do Programa Mais Médicos, compõe o Conselho Fiscal da Associação dos Docentes da UEFS ( ADUFS), mestranda em educação pela FACED – UFBA, pesquisadora no grupo Marxismo, Políticas de Trabalho e Educação (MTE – UFBA) e do Laboratório de Estudos Marxistas (LEMarx-UESB), com estudos na área do feminismo, violência à mulher, em especial violência obstétrica, saúde mental, saúde pública e educação médica.
Faz parte do Comitê Central do PCB desde o seu XVI Congresso, que teve sua etapa nacional em 2021. Recentemente, escreveu o prefácio do livro Ser ou Não Ser Feminista e outras obras selecionadas, de Ana Montenegro. É secretária política da célula do PCB, em Feira de Santana, e é pré – candidata a deputada federal pelo PCB/Bahia.