Espaço Cultural – Nas Entranhas do Brazil

Nas Entranhas do Brazil
Por Gabriel Galego

 

I

o mundo parecia se desfazer em meus olhos
o dragão da maldade devorando tudo e mais

sangue na terra gerando Brazil.

a poesia, fruto do mundo,
parecia
sumir. 

remói no peito a maquinaria diabólica 
contra quem nunca se importou
com ouro e capital. 

saliva ganância pólvora inveja
tudo marcado em
gravuras de ferro e fogo
                                          nas histórias desse mundo distorcido. 

 

II

os boiadeiros passavam na terra
queimada de sol
infinito.

chegavam nas matas que traziam lamúrias da chuva e da enchente. 

mas permanecia o charqueado
e a jurema. 

 

III 

boiou no rio o corpo do pescador
foi com deus.
um dia, de manhã cedo,
foi-se embora,
morreu.
boiou no rio o corpo do homem

a lagoa, era o que diziam,
protegia seu espírito. 

mesmo na lama desse mundo
morreu de morte morrida,
ataque do coração. 

foi com deus.

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