Fome e Miséria Crescem no Brasil

Reprodução: Diário do Nordeste

Por Vanessa Freitas

Fome e Miséria Crescem no Brasil – Os custos da crise econômica, política e social no Brasil continuam a cair sobre a população pobre e periférica, e a conjuntura é desesperadora com a total precarização das condições de vida do povo brasileiro. A implementação da agenda ultraliberal ministrada por Paulo Guedes no governo Bolsonaro-Mourão, vem incidindo diretamente na realidade da maioria da população, onde o acesso a serviços e itens essenciais estão cada vez mais limitados em meio à pandemia do coronavírus.

Atualmente, mais de 116 milhões de brasileiros vivem em situação de insegurança alimentar, segundo dados da rede PENSSAN, e as famílias da região Norte e Nordeste são as mais afetadas pela fome no país. Os cortes no auxílio emergencial, perpetrados em 2021 pelo Governo Federal, agravaram esse quadro, pois mais da metade das famílias brasileiras não dispõe de renda fixa para garantir a alimentação em quantidade e qualidade necessárias.

No Estado da Bahia, onde o índice de desemprego é de 19,8% – segundo dados do IBGE, 170 mil pessoas vivem em situação de extrema pobreza, enquanto 22% dos cadastrados no CadÚnico vivem com apenas R$89,00 por mês. São dados alarmantes, que revelam a situação de extrema vulnerabilidade em que a população se encontra frente, principalmente, ao aumento do preço da cesta básica nos últimos meses.

Pensar a questão da fome no Brasil, considerando seus impactos, tal como o crescimento da desigualdade social em suas dimensões geográfica, racial e de gênero, é pensar como a lógica do modo de produção capitalista dependente em crise incide sobre a vida do povo trabalhador.

Um dos setores mais lucrativos no Brasil é o setor do agronegócio, e é para onde vai grande parte dos investimentos, além das concessões fiscais, do acesso ao crédito e do financiamento para a exportação de commodities. Portanto, a produção voltada para a satisfação das necessidades básicas da população de modo que garanta a comida na mesa das famílias e assegure a soberania alimentar, não é uma preocupação da burguesia brasileira, ainda que em um cenário de pandemia, em que milhões estão desempregados e sem renda. Ignoram os 19 milhões de brasileiros que passam fome.

O Brasil retorna ao mapa da fome, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), enquanto as grandes redes de hipermercado, como a Carrefour, aumentaram sua margem de lucro em 2020. Essa é uma evidência clara de como é organizada a produção e a circulação das mercadorias – neste caso, itens alimentícios – na periferia do sistema, ocupando posição subordinada aos lucros e aos interesses do grande capital financeiro.

O aumento da fome e da pobreza correspondem ao projeto político genocida que vem sendo orquestrado pelo governo Bolsonaro-Mourão, e a conjuntura é de aprofundamento dos ataques e retirada de direitos básicos da classe trabalhadora. Enquanto mais da metade da população vive em situação de miséria e enfrenta a insegurança alimentar, 10 brasileiros entraram recentemente no ranking de bilionários da Forbes.

Esse é o reflexo da política econômica neoliberal que, em meio à crise sanitária, maximiza o lucro da burguesia brasileira às custas da miséria e da exploração da maioria da população.

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