Por Ellen Lis M. Melo
Não é novidade que, no interior baiano, as comunidades tradicionais são violentadas por assassinos de aluguel contratados por latifundiários.
Há por parte dos grandes empresários o interesse nos 20% de terras latifundiárias que por lei estão destinadas enquanto reserva legal, como é previsto pelo código florestal. Por meio desses interesses, as comunidades são forçadas a se retirar não tendo, muitas vezes, sequer local onde morar.
A intensificação dos atos violentos que ocorreram durante as eleições são marcados por influências políticas. Mas o fator de maior peso é a omissão da polícia que, com vários meses de operação contra as comunidades, ainda não realizou a prisão de nenhum responsável pelos atos criminosos. Graças a impunidade, o terror assola o oeste da Bahia.
Um morador da região denuncia em suas redes sociais: “Está acontecendo uma tragédia. Estão desmatando a Cabeceira da Onça, local de maior suporte de água do nosso território. Essa área foi desmatada no passado e perdeu muita vazão. Com a nova supressão de vegetação, ela vai secar. Também tem a Cabeceira de Morrinhos, que está na mira do agronegócio. O licenciamento liberado (pelo governo estadual) é de 2.226,9 hectares. Essas nascentes vão desaparecer. Isso aqui é um grito de socorro. Já fizemos inúmeras denúncias para os órgãos competentes, e elas não surtiram efeito”. Foi relatado que também houveram outras áreas na região em desmatamento: “Os pistoleiros continuam lá, armados. Nós não estamos podendo ir aos fechos de pasto. Estamos sabendo por informações de outras pessoas que as máquinas estão trabalhando dia e noite, sem parar, destruindo tudo. Não vai sobrar nada do nosso território.”
Para mais informações sobre o caso, acesse: https://cptba.org.br/